Recentemente, a importadora Porto a Porto recebeu Julio Fernandes, diretor comercial da Vinícola Justino’s Madeira, um dos mais antigos produtores do português fortificado Vinho da Madeira, para degustações harmonizadas com alguns dos melhores rótulos fortificados da vinícola. Uma ótima oportunidade para conhecer melhor os vinhos da Madeira, que são reconhecidos em todo mundo.
Participei do almoço na sede da Porto a Porto em Curitiba. Na ocasião, foram degustados quatro diferentes estilos de vinhos: Justino’s Madeira Boal 10 anos, Justino’s Madeira Sercial 10 anos, Justino’s Madeira Verdelho 10 anos e Justino’s Madeira Colheita 1998. Todos excelentes. Não é para menos, a vinícola existe desde 1870 na ilha portuguesa e é uma das mais antigas da região. Ocupa posição de destaque nos mercados internacionais. Confira as características dos vinhos do almoço:
Justino’s Madeira Boal 10 anos – Elaborado com a uva Boal, possui aroma refinado e potente. Em boca, apresenta-se fresco, com notas de fumo, amêndoa e chocolate. Excelente acidez. Amadureceu por, no mínimo, 10 anos em barrica de carvalho.
Justino’s Madeira Sercial 10 anos – Elaborado com a uva Sercial, apresenta complexos aromas de frutas secas. Em boca, destacam-se as notas frutadas e de nozes, a acidez marcada e a longa persistência.
Justino’s Madeira Verdelho 10 anos – Elaborado com a uva Verdelho, apresenta aromas frutados com notas florais. Em boca, destacam-se notas de mel e casca de laranja, além da acidez perfeitamente equilibrada. Amadureceu por, no mínimo, 10 anos em barrica de carvalho. Foi um dos meus favoritos.
Justino’s Madeira Colheita 1998 – Aromas complexos que remetem a melaço, com notas sutis de crème brûlée e nozes. Em boca, é complexo, lembrando frutas secas, laranja cristalizada e caramelo. Amadureceu em barricas de carvalho francês. O 1998 indica o ano da colheita. O final perfeito para a degustação.
Curiosidade: Vinho Torna a Viagem
Nos primórdios da história vinícola da Ilha da Madeira, os tonéis de vinhos eram transportados nos porões dos navios durante as longas viagens marítimas. As temperaturas chegavam aos 60 graus e quando acontecia de o vinho retornar à Europa, verificava-se que ele era muito melhor do que aquele enviado no começo da viagem, pois as altas temperaturas e o balançar do navio conferiam características únicas e interessantes à bebida. A partir de então, tonéis de Vinho Madeira eram despachados para uma “voltinha” de navio unicamente para enriquecer em aromas e sabores. Esse vinho ficou conhecido como Vinho da Roda ou Torna a Viagem. Hoje a mesma situação é simulada por dois processos de envelhecimento: Canteiro e Estufagem.