Na próxima quarta-feira, 4 de junho, a Carne de Onça será homenageada em uma cerimônia especial no Memorial de Curitiba. O evento, organizado pela Associação dos Amigos da Onça, está marcado para as 19h, celebrando a conquista do registro de Indicação Geográfica (IG) concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que reconhece oficialmente a ligação do prato com a capital paranaense.
A cerimônia conta com o apoio da Fundação Cultural de Curitiba, Prefeitura de Curitiba, Sebrae/PR e Maniacs. Estão confirmadas as presenças do prefeito Eduardo Pimentel, representantes de entidades como Sebrae, Abrasel e Abrabar, além de empresários do setor e entusiastas da cultura gastronômica local. Claro, a Carne de Onça será servida aos convidados.
Reconhecimento duplo: IG e Patrimônio Cultural
Além da IG, outro reconhecimento fortalece o vínculo da receita com o estado: em maio, a Carne de Onça também foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Paraná. A cerimônia de terça-feira celebra, portanto, não apenas a oficialização territorial do prato, mas também o percurso coletivo que o transformou em símbolo de identidade e memória afetiva da cidade.
O processo para obtenção da IG foi conduzido pela Aonça, em parceria com o Sebrae/PR, a partir de janeiro de 2023. Para o presidente da associação, o empresário Sérgio Medeiros — também à frente da Curitiba Honesta — o selo vai além de uma chancela formal. “A IG fortalece identidades culturais e impulsiona a economia e o turismo”, afirma. Ele destaca a importância de proteger a receita tradicional como forma de manter viva a história gastronômica local.

Receita simples
Diferente de pratos europeus como o Hackepeter alemão ou o Steak Tartare francês, a versão curitibana tem como marca registrada a simplicidade. A receita reconhecida pelo INPI leva carne bovina crua e fresca, broa de centeio, cebola branca, cebolinha verde, sal, pimenta-do-reino e azeite de oliva. Ingredientes acessíveis, que contribuíram para sua popularização nos bares mais tradicionais da cidade.
Para utilizar o selo oficial de Indicação Geográfica, bares e restaurantes precisarão seguir a receita e estar vinculados à Aonça. “Cada associado terá o compromisso de preservar a receita original. Quem quiser servir de forma diferente, não vai poder chamar o prato de Carne de Onça de Curitiba”, explica Sérgio Medeiros.
História
A história do prato remonta aos anos 1940 e se entrelaça com o universo esportivo. Cristiano Schmidt, então dirigente do clube Britânia e dono do bar Toca do Tatu, servia carne crua temperada aos jogadores. A alcunha “Carne de Onça” teria surgido após uma provocação bem-humorada do goleiro Duia: “Você só serve essa carne aí, que nem onça come”. A piada pegou — e o nome também.
Receita oficial – Carne de Onça de Curitiba
Por Sérgio Medeiros, presidente da Aonça
Ingredientes:
– 80 g de patinho moído fresco (ou outra carne bovina magra)
– 3 colheres de sopa de cebola branca picada
– 3 colheres de sopa de cebolinha verde picada
– 1 fatia de broa de centeio
– Sal e pimenta-do-reino a gosto
– Azeite de oliva a gosto
Modo de preparo:
Distribua a carne moída sobre a fatia de broa. Cubra com a cebola picada e, em seguida, a cebolinha verde. Tempere com sal e pimenta-do-reino. Finalize com um fio de azeite. Servir imediatamente.
A receita aprovada pelo INPI também permite que a carne seja temperada previamente com os mesmos ingredientes, ou que seja servida separadamente da broa. “O essencial é manter os mesmos elementos — o modo de servir pode variar”, observa Medeiros.
Serviço
Comemoração da IG Carne de Onça de Curitiba
Dia 4 de junho, 19 horas
Memorial de Curitiba
Rua Claudino dos Santos, 79, São Francisco.
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