Comida Japonesa, quente ou fria? Entre sushis e yakissobas, sashimis e lámens, sunomonos ou gyozas, a variedade de comidas japonesas hoje no Brasil abriu um leque de opções, onde a comida Nikkey tem se destacado pela comida afetiva.
Você sabia que o yakissoba que comemos em Curitiba foi modificado para se adequar aos insumos encontrados no Brasil? O shoyu era feito com outros grãos ao invés da soja, os kamabokos (massa de peixe como o Narutomaki) foram feitos com peixes diferentes, não havia o gobou (bardana) e usavam raízes de mamão e a banana era feita em conserva para substituir os tsukemonos que são as conservas japonesas. Nisso surgiu o haná-ume, que foi criado para substituir o umeboshi, que é a ameixa japonesa salgada e em conserva.
Em Curitiba, lembro de ir com meus pais quando criança, nos anos de Kamikaze e tenho lembranças boas, até hoje minha mãe comenta sobre este local. Também temos o Nakaba, e acredito que todos um dia fomos lá. Hoje temos restaurantes incríveis e citarei alguns deles. Começando pelo mais afetivo, a Dona Ai.
No restaurante A Dona Ai, que fica pertinho do parque Barigui, na rua Ferdinando Dariff 583, tem os melhores teishoku (uma refeição completa japonesa), yakissoba, karê, udon e lámen com muito gostinho de Japão. A chef e proprietária é japonesa, e mora há alguns anos aqui e com seu marido e família comandam o local com muita simpatia. Tenho um carinho muito grande por este local, ele é simples e a melhor comida caseira japonesa daqui.
Se gosta de sushi, tem uma variedade enorme em Curitiba, eu mesma tenho meus favoritos, sendo eles Kingtemaki, Fujii, Gogo sushi (esteira que abre o dia todo) e o buffet de sushi do YU, coreano que tem duas unidades em Curitiba. Confesso que gosto da criatividade dos sushis criados no Brasil.
Yakissobas têm muito incríveis, e confesso que cada local tem sua receita, sem seguir padrões. O que torna ainda mais espetacular. Mas se for falar de macarrões, nesse frio nada melhor que um bom lámen ou ramen, somente muda a pronúncia (respondendo à pergunta de milhões). Uma verdade sobre o lámen: existe milhares de variações, em meu tempo que vivi no Japão percebi isso, e ano passado em minha viagem de 2 meses na terra do sol nascente, literalmente comendo (mochilão e food, provei pelo menos 40 e nenhum era igual). Era dia de lámen todo dia. Trouxe além da bagagem 8 quilos a mais em meu corpo. Destruindo o mito que comida japonesa não engorda.
Esse texto é um esquenta, e prometo trazer muitas coisas boas para vocês sobre gastronomia japonesa e oriental (asiática). Aceito dicas, sugestões e podem perguntar o que precisarem.
Primeiro texto, um breve resumo sobre o que irei escrever
RAMEN GIRLRAMEN GIRL
Michelle Dupont é formada em gastronomia, é pesquisadora da cultura alimentar japonesa e consultora gastronômica. Também ministra cursos de culinária japonesa de cozinha quente. Morou no Japão e recentemente passou dois meses pesquisando no Japão sobre cultura e culinária. Autora dos livros “Ramen para estrangeiros” e Izakaya – receitas dr boteco japonês. Foi apresentadora do programa “Sabor do Japão” no canal Sabor e Arte e também participou do programa The Chef com Edu Guedes.
* Todo o teor textual e de imagens publicados nesta coluna são responsabilidade deste colunista.